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sábado, 3 de janeiro de 2009

Nasceu um pai...

Recentemente acompanhamos o nascimento de um menino e a emoção do pai que entre lágrimas e sorrisos segurou o filho pela primeira vez em seus braços. Como "nasce" um pai? É na hora em que seu filho vem ao mundo? Um filho nasce no imaginário de seus pais desde muito antes da concepção, da gestação ou do nascimento. Ele nasce primeiro no desejo daqueles que se dispõem a investir em outro ser, que o pensam, imaginam para ele uma vida, um futuro, conquistas e muita felicidade. Assim nasce uma criança: banhada pelo desejo de seus pais. No início da vida a mãe é a protagonista na relação com o bebê. E o pai? O pai ao lado da mãe vai apreendendo a conhecer aquele pequeno ser, que apesar de recém chegado, transforma toda a sua vida. Primeiro são as noites mal dormidas, as fraldas que precisam ser trocadas, as cólicas acalmadas e a fome saciada. Havia um tempo em que culturalmente todas essas atividades eram responsabilidade da mãe, ao pai cabia trabalhar e prover a família.Hoje vivemos outros tempos, a exceção da fome que só pode ser aliviada pela mãe – que tem o seio – os pais "modernos" desde o início envolvem-se com toda a rotina do bebê, conquistaram até o direito a licença paternidade. Eles querem estar juntos, acompanhar, fazer parte. Anseiam tornarem-se pais, se angustiam, sentem medo e esperam pacientemente pelo momento de serem reconhecidos, de receber um sorriso, de serem chamados de papai. Sabem dar banho, auxiliam nas tarefas escolares, levam a festas, entre tantas outras coisas.O pai é um terceiro numa relação que inicialmente é de dupla (mãe-bebê), é uma sombra que vai aparecendo, afinal se existe um filho, é porque antes de tudo houve um amor, o desejo entre um homem e uma mulher. Esse homem que a mãe ama e que aos poucos vai mostrando ao filho, através disto ela lhe ensina que no mundo não existem só os dois, há um outro cuja presença é fundamental, se o pai não tem o seio, tem tantas outras coisas importantes para a constituição da criança. Na história infantil de todos os sujeitos o pai ocupa um lugar especial, o lugar da lei, é ele que ensina que na vida não se pode ter tudo, que existem normas e hierarquias. Afinal é ele que desde nossos primeiros tempos de vida quebra a ilusão de que somos únicos e plenos em nossa relação simbiótica com a mamãe.Que alívio ter um pai. Um pai que ama, cuida, protege, mas que também sabe com segurança dizer não, que ensina sobre nossos limites. Esse pai que sabe quão importante é acompanhar e participar da vida de seus filhos, que consegue se fazer presente e conhecer sua cria através da intimidade e da convivência.O pai nasce de um aprendizado, de uma história que só pode ser construída ao lado de um filho. História essa que exige de um homem coragem para enfrentar o desafio de encarregar-se de um outro que vem para dividir com ele não apenas o amor de uma mulher, mas uma vida toda. E por essa vida a fora, esse pai vai percebendo que além de tudo precisa aprender a desprender-se de todos os planos e expectativas que tinha para seu pequeno, afim de que possa dar-lhe liberdade suficiente para que ele seja o que ele mesmo deseja ser. Fato esse que se torna mais fácil quando o pai sente-se seguro e confiante da história que construiu ao lado do filho e que sabe que trabalhou para torna-lo um homem ou uma mulher de bem.

Publicado em 04/08/2003
Autora: Claudia Piccolotto Concolatto - PsicólogaProjeto - Associação Científica de Psicanálise - Passo Fundo - RS

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